São Paulo recebe determinação da justiça sobre ingressos da final
A venda de ingressos para a final da Copa do Brasil foi conturbada, e acabou gerando uma determinação da justiça para o São Paulo.
Uma decisão liminar da justiça paulista determinou ao São Paulo que disponibilize dois ingressos para uma sócia-torcedora do clube que não conseguiu comprar os bilhetes para o jogo de domingo, contra o Flamengo.
A defesa do São Paulo já recorreu da decisão, que também prevê multa em dinheiro para cada dia de descumprimento.
Entenda motivação para determinação da justiça contra o São Paulo
Existem pelo menos nove ações com teor parecido. A primeira, distribuída no dia 8 de setembro, chegou a ter liminar concedida. Apesar disso, a decisão foi revogada seis dias depois, quando o São Paulo apresentou contestação.
As outras oito liminares, protocoladas depois, foram todas negadas, tomando como base a argumentação do clube no primeiro caso.
Membros do departamento jurídico do São Paulo acreditam que as decisões no processo em que a liminar ainda é válida e em possíveis outros sigam essa mesma linha. Sendo assim, o clube não seria obrigado a vender ingressos a quem o processou.
No processo atual, a advogada alega que é membro do plano Preto, pelo qual paga R$ 74,55 mensais, e que não teve prioridade concedida. Na decisão, a juíza Fabiana Kumai, do Juizado Especial Cível do Foro do Butantã, deu 48 horas para que o São Paulo cumprisse a ordem sob pena de multa diária de R$ 1.000.
Na defesa, o clube afirma que o plano não dá a seu membro a garantia de compra de ingresso. O que acontece, porém, é uma “janela de prioridade/preferência” para a aquisição dos bilhetes.
Os advogados do clube se baseiam no argumento de que todos os ingressos destinados a sócios-torcedores estão esgotados. Eles apresentam números.
Segundo o documento, a carga máxima do Morumbi para a partida é de 64.213 ingressos. Aos sócios-torcedores, porém, destinaram 26.814 bilhetes, que equivale a 41% da capacidade do estádio.
Nesta terça (19), segundo o site do programa, o clube tinha 62.984 sócios-torcedores. No dia 16 de agosto, quando o São Paulo se classificou para a final da Copa do Brasil, eram aproxidamente 50.300. Ou seja, a quantidade de sócios-torcedores aumentou consideravelmente pensando na prioridade de compra para a final.
Entenda como funcionou a venda dos ingressos
A venda dos bilhetes para a segunda partida da final da Copa do Brasil começou no dia 7 de setembro. A princípio, era apenas para sócios do plano Diamante, o mais caro (R$ 200 por mês), e os ingressos acabaram em pouquíssimo tempo. Isso frustrou sócios dos demais planos, que apesar de terem dias destinados a compra, não conseguiram os bilhetes.
Esgotado o primeiro lote para sócios, o São Paulo abriu a venda excepcional de mais 3.997 ingressos. Estes, porém, visavam membros dos demais planos que não compraram na primeira janela de vendas – esta quantidade também foi vendida rapidamente.
Segundo a defesa, as outras entradas se destinaram a patrocinadores e parceiros comerciais, camarotes e espaços comerciais do Morumbi, donos de cadeiras cativas, associados do clube, além de uma parcela reservada à torcida visitante, à CBF e agentes públicos.
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